No mercado de moda brasileiro, a habilidade de criação e empreendedorismo se entrelaçam em uma equação desafiadora. Os empresários, fashion designers e diretores criativos navegam entre os universos de criação e negócios com o intuito e objetivo de inovar, criar e ser relevante em uma indústria que é constantemente moldada por mudanças tecnológicas e transformações no comportamento do consumidor, tudo isso a um ritmo acelerado. Nesta edição do Top 10, exploramos as histórias e trajetórias dos empresários e diretores criativos que se destacam no mercado nacional, levando a cultura brasileira para o mundo ao conciliar o talento inato de criação com suas habilidades empresariais únicas.
1 – Alexandre Birman
Birman já demonstrava interesse pelo mundo dos sapatos desde a infância, tanto que desenhou seu primeiro modelo aos 12 anos. Um presente para seu pai, Anderson Birman, fundador da Arezzo. Aos 16 anos começou a ser treinado para assumir a empresa e aos 18 anos lançou sua primeira marca: Schutz. Atualmente CEO da Arezzo&Co, ele lidera a maior house of brands de moda do Brasil que abriga, além da Arezzo e Schutz, as marcas Anacapri, Brizza, Alme, Reserva e Carol Bassi, só para citar algumas. Entre os prêmios, o Vivian Infantino Emerging Talent Award em 2009, o título de Top 10 Designer 2012 pela Footwear News e a nomeação de Designer of The Year pela FFANY (Fashion Footwear Association of NY) em 2017, além de constar na lista das 500 pessoas mais influentes da América Latina pela Bloomberg Línea em 2022. Adepto ao lifestyle saudável, Alexandre é dedicado ao triatlo como um ritual de vida e tem uma paixão por arquitetura, design e arte. “Quando comecei, ainda muito jovem, a moda era um luxo restrito a pessoas que tinham acesso e hoje é acessível a todos. A globalização, o crescimento das redes sociais e da indústria elevaram-na a uma maneira de expressão de comportamento global, uma potente forma de construção de imagem e estilo pessoal”, aponta.
2- Alexandre Herchcovitch
Figura emblemática e visionária no mundo da moda brasileira, sua paixão começou de forma informal confeccionando roupas para amigos e familiares. A busca pelo aperfeiçoamento o levou à Faculdade de Moda Santa Marcelina. A habilidade de entender sua época o faz mergulhar em elementos que vão da cena queer à alta-costura. Com mais de 60 desfiles na São Paulo Fashion Week, Herchcovitch deixou uma marca indelével na história do evento, conquistando também reconhecimento mundial como referência de moda criativa no Brasil. Apresentou suas coleções nas principais capitais da moda, como Paris, Nova York . Herchcovitch desafia as normas de gênero e inspirou uma geração de designers e estilistas brasileiros a abraçar a diversidade. Recentemente foi indicado ao prêmio de Designer do Ano no Latin American Fashion Awards, reforçando seu legado duradouro na indústria da moda. “Quando comecei, a moda no mundo era menos concorrida, mais interessada em roupas bem feitas, sem consumo exagerado, tudo no seu tempo. As marcas tinham identidades bem claras e muito diferentes umas das outras, deixando tudo bem mais interessante. Hoje, o contrário“.
3 – Amir Slama
Ele é criador da icônica marca de moda praia Rosa Chá, que se tornou famosa internacionalmente. Suas peças apareceram em revistas de moda e vestiram celebridades do mundo todo, tornando-se sinônimo de moda praia brasileira inovadora. Em 2011, Slama começou a assinar suas coleções com seu nome, abrindo uma loja própria em São Paulo com distribuição internacional. Formou-se em História e antes de ingressar na moda viveu experiências variadas, como dar aulas, ser garçom e barman. Em 1993, com sua esposa Riva, investiu no segmento de bechwear e introduziram um conceito novo à base de brasilidades, modelagens únicas e estampas e texturas distintas. Tanto que levou suas coleções para a Semana de Moda de Nova York e lojas internacionais de renome. Top models como Naomi Campbell se tornaram embaixadoras da marca, outra prova de que veste bem tanto brasileiras quanto gringas. “Quando comecei a trabalhar com moda, ela era muito impositiva. Existia um padrão rígido ‘ditado’ pelas revistas de moda a cada estação. Se em uma estação pregava-se a ‘moda’ das saias longas, tornava-se ‘cafona’ quem as usava curtas. E na estação seguinte já impunham o contrário. Hoje a moda é muito mais permissiva, fazendo com que o estilista esteja mais ligado ao seu consumidor, propondo peças que possam ajudá-lo a compor um estilo próprio.”
4- Eduardo Toldi